Feliz aniversário, filho amado.

 In Família

Gabriel, no dia 20 de novembro de 1999, ás 18:31h eu o recebi em meus braços, percebi, naquele momento, que eu estava diante da maior responsabilidade que Deus me poderia me confiar. Um misto de sentimentos me invadiu, dentre eles, o medo. Eu tive muito medo de não ser capaz de ser a mãe que você merecia. Medo de fazer tudo errado, mesmo com a intenção de fazer o meu melhor.  Medo de não ser capaz de cuidar daquela vidinha tão frágil e linda que eu amamentava, enquanto acariciava aquela cabeça cabeludinha.

A minha missão foi e é dupla: fui e sou sua mãe e seu pai, isso me assombrava. Conforme você foi crescendo, eu, muitas vezes, lhe colocava de castigo e  ia chorar em outro cômodo da casa, porque eu sabia que não teria outra pessoa para lhe dar colo, eu teria que fazer as duas coisas. Não havia alguém para intermediar nada entre nós, e isso me angustiava profundamente. As fases foram mudando, chegou o dia de deixá-lo na creche pela primeira vez. Lembro-me que  o deixei lá e saí, fardada, pela rua, chorando e escutando você chamando ‘mamãe’, aquilo me deixava destroçada.

E você sempre me surpreendeu com a sua postura independente. Uma criança curiosa e proativa, contrariando as profecias de que você seria o perfil ‘criado com vó’ pelo fato de ser criado só pela mãe. Andou aos 11 meses, falou aos 10, aprendeu a andar de bicicleta, patins e a cavalo, sozinho. Apaixonado por automóveis desde pequenininho, sabia o nome de todos eles aos 3 aninhos. Saía na rua apontado e dizendo ‘mamãe, olha o Gol bola’…’olha o monza, mamãe’…aquilo causava muita admiração nas pessoas.

Foi você que me ensinou a amar os cachorros, eu sempre respeitei os animais, mas não tinha essa paixão. Você saía na vizinhança enfiando a mãozinha pelas grades

e acariciando os cachorros, e eu ficava apavorada com medo de eles te morderem, mas nunca aconteceu nada e aquilo foi me encantando.

Eu tenho uma cena linda sua, numa tarde, eu cheguei do trabalho mais cedo e, de longe, avistei você andando na rua segurando a mão da sua vó. O sol estava muito quente, então, você teve o cuidado de colocar um chapéu de praia na cabeça dela. Parei o carro e perguntei para onde estavam indo, você respondeu: ‘eu tava levando a minha vó para ver umas galinhas ali na loja, porque ela tá com muita saudade das galinhas dela’. Eu achei aquilo tão maravilhoso de sua parte, meu filho. A sua vó estava conosco para fazer tratamento de saúde e estava sentindo muita falta do sítio dela, e você fazia de tudo para amenizar o desconforto dela, isso aos 9 anos de idade.

Então, meu filho, antes que eu me esqueça, quero dizer que a opinião dos outros a meu respeito não me importa, mas a sua, sim, me importa demais. Por você, eu desconheço do que sou capaz. Se dependesse de mim, você não sentiria nenhuma dor, nem no corpo, nem na alma. Eu já pedi a Deu que transferisse as suas cólicas para mim, quando era bebê, fiz isso por incontáveis vezes.

Pra finalizar, quero dizer do orgulho que tenho de você. Obrigada por ser tão maravilhoso, por ser responsável e não me dar trabalho, por fazer o almoço todos os dias, por fazer um café tão gostoso,  por se dedicar para alcançar os seus objetivos. Sei que um dia será conhecido no mundo inteiro, como um grande atleta do Muay Thai, só não sei se terei condições de assistir as suas competições pela TV. Parabéns por estar na faculdade buscando o seu futuro profissional. Obrigada pelo privilégio de ser sua mãe, e me perdoe por falhar com você, ás vezes. É que ser mãe não é uma tarefa simples, mas, nunca duvide que  aqui nessa terra, ninguém te ama mais do que eu, por você, eu daria a minha vida. Nada nessa vida me importa mais do que a sua felicidade. Independente do seu porte físico, você sempre caberá em meu colo. Deus o abençoe, meu príncipe, eu te amo demais, meu amor eterno. FELIZ ANIVERSÁRIO!

 

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