Os intensos vivem como se não houvesse amanhã

 In Comportamento
Texto da Psicóloga Ivonete Rosa | @ivoneterosapsi

Os intensos vivem como se não houvesse amanhã

Tenho a impressão que o relógio dos intensos veio com uma alteração, de fábrica. Seus ponteiros são mais acelerados do que os relógios convencionais. Contudo, deixo bem claro, isso está longe de ser uma crítica, é apenas uma constatação. Para nós, os intensos, a vida urge além do normal, nunca espere uma atitude morna se algo nos interessa. Somos gelo ou brasa, sem meio termo.

Obedecemos a um dispositivo acionado pela alma, diante de algo que nos seduz, uma voz brada de um alarme: “se jogue”. Sem reservas, nos entregamos, isso se aplica às profissões, aos hobbies, às amizades, aos amores e, às dores.Diante do amor, somos uma verdadeira avalanche, é como romper as comportas de uma represa. Aqui, beijo insosso não tem vez e, o abraço envolve o corpo e a alma.  Tudo é maximizado. Somos capazes de embarcar para outro estado, de uma hora para outra, após uma troca de mensagens com alguém que despertou uma saudade furiosa ou um frenesi inquietante, ainda que fiquemos por lá apenas por algumas horas.

Para os intensos não existe o amanhã e, pensando bem, que garantia temos sobre ele, não é mesmo? Contudo, nem tudo são flores em nossas vidas.  Existem o bônus e o ônus, como tudo na vida. O bônus é viver tudo com verdade. O ônus é o fato de nos entregarmos às dores tanto quanto nos entregamos às paixões. Sofremos de forma visceral, porém, renascemos das cinzas, assim que colocamos a casa interior em ordem.

Não somos destrambelhados, tampouco, inconsequentes, não confunda. Apenas sentimos tudo de forma profunda e, não conseguimos disfarçar, nem queremos. Somos pessoas que se arrepiam e choram ao ouvir uma música; ao ver um pôr do sol. Deixamos as nossas digitais por onde passamos.

Nunca tente “acalmar” um intenso. Ele é incrível por ser exatamente assim. Se você acha desgastante se relacionar com alguém cuja alma transborda, deixe-o e procure alguém que viva as emoções com o freio de mão puxado. Tentar impedir uma pessoa de expressar a sua intensidade seria como impedir um pássaro de voar, uma verdadeira crueldade.


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