O pior estranho é aquele com o qual já convivemos
O pior estranho é aquele com o qual já convivemos
Li, um dia desses, numa rede social, a seguinte mensagem: “ O pior estranho é aquele que um dia conviveu com a gente”. Me peguei pensando muito sobre isso e decidi transformar o pensamento nesse texto.
Deveria existir uma lei, uma força maior que proibisse que o amor fosse transformado em ódio. Sei que alguém pode discordar de mim e dizer que o amor verdadeiro jamais acaba. Então, vamos por outro caminho. Deveria ser proibido que vínculos que proporcionaram vivências tão gratificantes se transformassem em dor ou ferida na vida do(s) envolvido(s).
Na minha percepção, um dos piores lutos é aquele em que a pessoa tem que matar alguém que vive dentro dela. Trata-se daquela briga feia entre o coração e o cérebro. De um lado, a razão toda imperativa, elencando todas os motivos para você excluir aquela pessoa dos seus pensamentos. De outro lado, o coração, chorando feito uma criança que teve o seu brinquedo tomado à força.
De uma hora para outra, o coração recebe uma intimação do cérebro para se posicionar contra, justamente, quem é o motivo de ele bater mais acelerado, feliz e eufórico. É doloroso esse esforço para desgostar de quem amamos. Que tarefa árdua essa de tentar mostrar ao coração que abusaram dele.
É cruel transformar encanto em ressentimento. Como é triste os amores que acabam em dores e mágoas. E não me diga que errado é quem se apegou. Calma aí! Se a pessoa está numa relação sendo alimentada por expectativas, ela está, sim, no direito de criar apego. Pessoas não são máquinas com botões de liga e desliga, sentimentos são construídos em cima de reforçamentos que o parceiro oferece. Até porque não faz sentido se relacionar com o freio de mão puxado o tempo inteiro.
E o mais complexo de tudo isso é se dar conta de que essa pessoa que tornou-se sua inimiga, não é um desafeto qualquer. Trata-se de um alguém que conhece todas as suas vulnerabilidades. Assustador, né?