Nem todo silêncio é do bem

Nem todo silêncio é do bem

Eu sempre ouvi que o silêncio é sinônimo de sabedoria, de maturidade e de equilíbrio. Contudo, eu andei analisando e me dei conta de que ele, nem sempre, é merecedor dessa fama de “bom moço”.

Há contextos em que as pessoas se calam, não por sabedoria, mas por compactuarem com o que deveria ser inaceitável. Nesses casos, o silêncio é a tradução da covardia.

Existe aquele silêncio que é a tradução da hostilidade, da indiferença, do descaso, do tanto faz, do abandono, da arrogância, da mentira, da falsidade, da traição, da deslealdade, da inveja.

As redes sociais podem ilustrar um pouco desse silêncio tóxico. Não raro, postamos algo que nos alegra muito, e percebemos que muitas pessoas que imaginamos que se alegrariam conosco estão online, mas não se manifestam. Em contrapartida, quando é uma postagem sobre algo triste, elas surgem com uma suposta solidariedade.

Quem me conhece sabe o quanto sou apaixonada pela escrita e a cura que ela simboliza para mim. Contudo, nessa experiência de escrever e publicar, desde abril de 2017, há pessoas próximas a mim que nunca deixaram uma curtida num conteúdo meu. Elas visitam os meus stories, diariamente, mas não passam disso.

Entretanto, nesse contexto, aqui dentro de mim, não há espaço para ressentimento. Pois para cada “amigo”, conhecido ou familiar que se emudece diante do meu contentamento, surgem centenas de vidas desconhecidas para me prestigiar, diariamente. Eu as chamo de adoráveis desconhecidos, são presentes de Deus para mim, sou grata demais.

Em síntese, nem todo silêncio é do bem, nem todo silêncio é sábio, nem todo silêncio é bendito. Existe muito equívoco nessa interpretação, ao meu ver. Isso é um mito!