Pessoas saudáveis não ferem os outros, intencionalmente

 In Comportamento, Psicologia
Texto de Ivonete Rosa | @ivoneterosa.escritora

Pessoas saudáveis não ferem os outros, intencionalmente

Já pensei em algumas situações em que fui ferida; pude me dar conta de que fui vítima de vítimas. Quem me feriu apenas me repassou o que doía nela ou o lixo que ela carregava. Algumas pessoas me feriram de propósito, outras fizeram sem ter noção do estrago que estavam me causando. Descobri que algumas pessoas são inconformadas com a minha vida, simplesmente, porque frustrei as expectativas que elas nutriam a meu respeito. Elas desejavam o meu fracasso e eu não dei esse gostinho a elas.

Nesse emaranhado de lembranças, me esforço para perdoar as pessoas. Na medida em que identifico a condição emocional da pessoa, vou me desprendendo daquele ressentimento, vou dando um desconto a ela e toco o meu barco. Nisso, a psicologia tem me ajudado bastante. Confesso que é mais fácil perdoar as pessoas que eu tive a certeza de que me feriram sem intenção. Considero que também feri muitas pessoas.

Se perdoei todo mundo? Não sei ao certo, mas não carrego nada que me pese tanto. Quando uma lembrança dolorosa surge, eu não a alimento e, busco alternativas para sublimá-la porque a vida me mostrou que carregar o lixo alheio é uma escolha destrutiva e, eu escolhi viver com qualidade.

Eu não sou nenhuma madre Tereza de Calcutá, apenas descobri que o rancor só faz mal a quem sente. Quem me machucou não está perdendo nenhum segundo de sono preocupado comigo. Compreendi que me livrar dessas tranqueiras emocionais trata-se de uma decisão inteligente; eu não nasci para ser depósito do lixo. Você já imaginou como seriam os meus textos se eu fosse um depósito de mágoas? Nem quero imaginar.

Eu preciso de alma leve para escrever e alcançar vidas, esse é o meu propósito. Pensando bem, pessoas saudáveis não saem por aí machucando os outros. Concorda?

Mágoas, ressentimentos, amargura e outros sentimentos negativos ocupam muito espaço na alma da gente e, acaba não sobrando espaço para os sonhos, o riso, a poesia, o encantamento.

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