Eu peço perdão ao meu corpo pelas vezes em que ele foi tocado sem amor

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Eu peço perdão ao meu corpo pelas vezes em que ele foi tocado sem amor

Mulher, leia esse texto em forma de oração. Eu o escrevi na primeira pessoa para facilitar as declarações.

Eu peço perdão a mim mesma por todas as vezes em que permiti que alguém me magoasse, e eu preferi fingir que estava tudo bem.

Eu peço perdão ao meu corpo por todas as vezes em que permiti que alguém o tocasse sem amor, sem respeito e sem cuidado. Por todas as vezes em que ele buscou carinho e afeto, mas recebeu toques grosseiros, rudes, egoístas, indiferentes e insensíveis.

Eu corto, agora, qualquer fio energético que ainda me prende aos meus ex relacionamentos. Eu libero as memórias de dor, de rejeição, de maus tratos e de abusos.

Eu me perdoo por todas as vezes em que um homem criticou algo em meu corpo ou em minha personalidade e, ao invés de me proteger, eu tentei ser quem eu não era, na tentativa de agradá-lo. Eu não entendia que o amor não humilha e não constrange.

Eu me perdoo por todas as vezes em que recebi migalhas e, ao invés de ir embora, eu permaneci ao lado de quem não tinha nada para me oferecer. Eu não me sentia merecedora de um amor abundante.

Eu me perdoo por todas as vezes em que sorri com a mão na boca, porque minha gargalhada incomodava o meu ex parceiro. Eu não entendia que o amor verdadeiro nos deixa livre para sermos quem somos, sem disfarces.

Eu me perdoo por todas as vezes em que me senti constrangida quando algo de bom me acontecia. Pelas vezes em que me senti culpada por ser mais bem-sucedida que algum ex parceiro. Eu não tinha motivos para me sentir mal, as minhas conquistas são dignas e suadas.

Eu me perdoo por todas as vezes em que pedi desculpas só para fazer as pazes logo, mesmo estando certa; mesmo tendo sido injustiçada, ferida e desrespeitada.

Eu me perdoo por todas as vezes em que me senti culpada ao ser tratada mal. Por todas as vezes em que me calei ao ouvir “olha o que você me fez fazer”. Aquelas culpas não me pertenciam.

Eu me perdoo por todas as vezes em que abaixei a cabeça ao ouvir um homem gritando comigo. Eu deveria ter ido embora, mas eu não tive condições emocionais naquele momento. Algo me dizia que eu deveria tentar de novo, e que ele iria enxergar o meu valor. Eu era muito inocente.

Eu me perdoo por todas as vezes em que fui comparada à outra mulher, de forma que a outra era enaltecida e eu diminuída. Eu devia ter recusado aquele tratamento, mas eu não tinha autonomia emocional suficiente.

Eu me perdoo por todas as vezes em que dei o meu melhor a um parceiro, e recebi quase nada dele. Hoje eu entendo que ninguém oferta o que não tem. Eu continuarei sendo generosa, sem abrir mão da reciprocidade. Eu aprendi a me amar o suficiente para não aceitar menos do que eu mereço.

Eu me perdoo por todas as vezes em que eu precisei de cuidados médicos e, quem estava comigo, fez pouco caso. Eu não entendia que quem ama, cuida.

Eu me perdoo por todas as vezes em que, ao invés de ouvir a minha intuição, eu ouvia a minha carência e a minha falta de autoestima. Por todas as vezes em que ignorei os sinais que gritavam a cada instante.

A partir de hoje, eu escolho me perdoar por todas as escolhas infelizes que fiz no passado. Eu entendo que eu não tinha a maturidade e consciência que tenho hoje. Aquela versão minha só queria ser feliz, e deu o melhor de dela, é isso que vou levar em conta.

De hoje em diante, prometo amar-me, respeitar-me e honrar-me como um templo sagrado que sou. Eu escolho transmutar as minhas memórias dolorosas em aprendizado e cura para mim e para outras mulheres. Assim é. Está feito.

Eu sinto muito. Me perdoe. Eu te amo. Sou grata. Texto de Ivonete Rosa

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