Não permita que as frustrações alheias interfiram em suas escolhas
Não permita que as frustrações alheias interfiram em suas escolhas
Ivonete Rosa – 13 setembro 2018
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Precisamos ter muita cautela. Precisamos educar a nossa postura diante daquela pessoa que compartilha algo conosco, justamente, aquele algo que simboliza a nossa pedra no sapato. Não podemos permitir que os nossos machucados amarelem o sorriso ou embacem o brilho dos olhos do outro. Isso não é justo, isso não se faz.
Vamos parar com essa mania de achar que, porque algo não deu certo conosco, também não dará com o outro. As nossas frustrações são problema nosso, não é sensato plantar desânimo e descrença na empolgação alheia sob a justificativa de que estamos protegendo alguém.
Todos nós carregamos a nossa bagagem de dissabores. Desilusões amorosas, decepções envolvendo amizades, dentre outros traumas. Mas, não é justo usar o nosso repertório de traumas para proteger o outro. As nossas frustrações não podem ser usadas para balizar as escolhas alheias. O outro tem todo o direito de sonhar, de idealizar, de fantasiar, de se iludir e de aprender com as próprias escolhas. Caso as escolhas sejam equivocadas, ela terá que lidar com as consequências. Viver é isso: escolher aqui, desistir ali, rir, chorar, se arrepender, tentar de outra forma.
Muitas vezes, na tentativa de proteger alguém, acabamos por impedir que essa pessoa viva experiências ricas e gratificantes. Não faz sentido colocar alguém numa redoma sob a justificativa de que ele deve ser poupado de algum sofrimento. Precisamos entender que a pessoa, seja ela quem for, tem o direito de mergulhar nos interesses dela, seja um relacionamento, uma viagem, um novo trabalho, enfim. Deixemos que ela experimente, que ela conclua se vale a pena continuar ou recuar.
Há casos em que uma mulher é insatisfeita com a maternidade, ela se arrepende de ter tido filho, e, usa isso para desanimar outras mulheres que têm muito interesse na maternidade. Ocorre também de um homem ter se divorciado e criado aversão ao casamento e usar a percepção negativa dele para desmotivar o colega que deseja se casar.
É obvio que há casos em que precisamos intervir, por exemplo, se você percebe que uma pessoa querida está sendo enganada em algo e que ela não tem condições de perceber ou se defender, cabe, sim, uma atitude de sua parte. O que não é sensato é você usar o que deu errado contigo para frear as motivações de alguém. Se a pessoa está apaixonada, deixe que ela invista nisso, se for o caso de não dar certo, ela vai ter que aprender a lidar com a frustração, ela precisa adquirir o próprio repertório de experiências e não se basear naquilo que deu errado com o outro.
Eu considero, ainda, que há pessoas que usam as próprias amarguras para influenciar o outro por pura maldade mesmo. É possível que ela não esteja interessada em ajudar ou proteger, ela não quer se deparar com a possibilidade de o outro se dar bem, ser feliz. É fato, as pessoas machucadas machucam as outras, ainda bem que isso não é regra, pois muitas têm o discernimento de não descontar nos outros os machucados que sofreu. Fica a dica, então: se você acredita em algo, vá e viva. Tenha cautela sobre o que levar em consideração em se tratando de aconselhamento.
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