Limpe o lixo do seu coração, pois seu Eu verdadeiro está lá
Nós sabemos que somos resultado de nossas experiências, escolhas e influências. Somos um pouco de tudo, muitas vezes vazios de muitas coisas. Temos nosso lado cru, bruto, inacabado.
Mas somos também o monte de lixo que colocamos em nossa mente, que polui nossa alma que interrompe nosso caminho para a tão desejada felicidade.
As pessoas buscam terapia e outras formas de tratamento querendo voltar para dentro de si, do seu eu, querendo ser mais leves e querem fazer uma imersão a esta volta ao começo. Na verdade, buscar o Eu é limpar o que está impregnado nele. As cascas, as muitas peles da superficialidade.
E é como se precisasse se despir ou limpar o corpo num banho. É preciso deixar ir aquela bagagem que está pesando muito.
Pensamentos de rejeições, desentendimentos, abusos, romances que não deram certo, empregos que não vingaram, oportunidades que passaram e não foram aproveitadas.
Fácil? Não. Então, pegue aí um cafezinho, um vinho, um caderninho e anote aquelas coisas que hoje são só tratadas como inúteis, que não têm razão de ser na vida, que não acrescentam, que com ou sem seu julgamento continuarão a ser o que são. Ah, bom começar limpando culpas e perdões.
E perdoar é interpretar novamente um fato, que no momento do “erro” enxergou-se de maneira diferente. Poderia não ter acontecido, mas foi, aconteceu, teve arrependimento, teve dor, teve alguma lágrima e angústia.
Mas dá para se montar pensando nas coisas boas que se adquiriu na estrada. Dá para se refazer.
É possível deixar o passado de acúmulos dispensáveis para lá. Se pesquisar na internet, há várias dicas de mandar este lixo embora. E nada de colocar debaixo do tapete e depois correr e dar uma espiadinha.
Quem quer se encontrar e vive nesta busca tem que ter noção de que só limpando, de verdade, com coragem, sem medos de se desapegar do vitimismo, das dependências, de dores e de responsabilidades que não são suas, e que seja lá porque motivo você acha que são, é que dá para estar em paz com a alma, em comunhão com o espírito.
E se as lembranças voltarem, se tentarem assombrar seus dias e noites, tenha coragem de dizer com toda convicção:
“Com licença, isto não mais me pertence, estou livre, estou no caminho da felicidade que está aberto para mim e para o meu eu verdadeiro que sempre esteve aqui e que por descuido se perdeu de mim”. Mas não se perderá novamente!
Texto de Kênia Casagrande