Por que tanta urgência em assumir uma nova relação?
Por que tanta urgência em assumir uma nova relação?
As pessoas estão cada vez mais descartáveis, já perceberam? Não sei, ao certo, se essa é uma tendência contemporânea, ou se sempre foi assim. Mas, carrego comigo a sensação de que, no passado, as pessoas eram mais apreciadas, respeitadas ou consideradas.
Já perceberam a rapidez com que as pessoas são substituídas? Não existe mais aquela história de dar um tempo para colocar as emoções em ordem quando um relacionamento acaba. Não me refiro à uma paquera qualquer, falo de casamentos de décadas que são desfeitos e, na semana seguinte, a pessoa já está assumindo um novo relacionamento nas redes sociais, com direito a legendas usando termos como “minha vida”, “alma gêmea” e “amor eterno”.
Parece não haver o mínimo de respeito pela imagem do(a) ex, é como se, de uma hora para outra, a história que viveram fosse reduzida à uma fumaça que se dissipou no ar.
Pouco importa o sentimento dos filhos, pouco importa se o(a) ex está em sofrimento pela ruptura da relação, o que importa mesmo é mostrar ao mundo que a fila andou.
Que amor é esse, tão instantâneo, se na semana passada estava se declarando para outra pessoa nas redes sociais? É impressionante a capacidade ultrarrápida que o ser humano contemporâneo adquiriu para amar e deixar de amar. É tudo 8 ou 80, ou é amor para incendiar tudo ou é gelo total.
Hoje você é o amor da vida de alguém, na semana que vem, você corre o risco de se resumir a um contato bloqueado. E, as redes sociais, que foram o palco para as demonstrações do amor efervescente, se transformarão no cenário para as provocações, aquele espetáculo vergonhoso.
Uma coisa é fato: quanto maior a necessidade de provar que superou a relação anterior, maior a fragilidade do sujeito e, consequente, do novo vínculo. Como dizia minha avó: quando você ouvir muita trovoada, é sinal de pouca chuva.