Texto para você que está iniciando uma relação

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Texto da Psicóloga Ivonete Rosa |@ivoneterosapsi

Texto para quem está iniciando uma relação

Esse texto é para você que está em vias de iniciar um novo relacionamento. Estou passando aqui para ativar alguns lembretes para que você não cometa velhos erros. É aquela história, se tiver que errar, que sejam erros novos, né? O recado é para homens e mulheres.

Talvez você venha de um longo tempo sozinho(a) e se sinta muito carente, então, muito cuidado para não atropelar as etapas. Vá conhecendo a pessoa aos poucos. Observe se está equilibrada a balança do dar e receber. Cuidado para não abrir as torneiras enquanto o que recebe são gotinhas, tal qual analgésico nos momentos de febre.

Cuidado com a ideia de fazer muito, e de se doar demais na intenção de ser reconhecido(a) e amado(a) por isso. Eu já vi muita gente desapontada por acreditar nisso, inclusive já passei por isso. Relacionamento é troca, é parceria. Os dois lados precisam de nutrição, de respeito, de atenção, de cuidados, de carinho. Resumindo: a reciprocidade é um atributo inegociável.

Outro cuidado: esteja atento(a) se você está se envolvendo com alguém que veio de ruptura recente, e que ainda não rompeu o cordão energético com a história anterior. Considere a possibilidade de estar sendo percebido(a) como uma muleta, um curativo ou um sedativo para um coração ferido. Você se sentiria confortável nesse papel?

Tenha cautela com essas intensidades desmedidas, parecendo sangria desatada. Acabaram de se conhecer e já está ouvindo declarações do tipo: “minha vida”, “minha alma gêmea”, “resposta das minhas orações”, etc. Muitas vezes, as pessoas consideram um “encontro de almas” só porque o beijo encaixou e a química flamejou.

É importante conhecer a vida pregressa da pessoa. Ah, tudo bem, as pessoas não devem ser julgadas pelos erros do passado, afinal, todos têm capacidade de mudar, evoluir, se arrepender etc. Contudo, faz-se necessário um olhar atento a alguém que traz um histórico amoroso que mais parece um dramalhão mexicano. A pessoa, por onde passou, deixou um rastro de abandono (inclusive de filhos), de traição, de desonestidade, de deslealdade, de abusos e, até, de violência. Nesse caso, o que te faria acreditar que ela seria diferente contigo? Já diz o provérbio popular: “prudência e água benta não fazem mal a ninguém”.

Antes que eu me esqueça: cuidado com uma pessoa que culpa e responsabiliza todos pelo fracasso dela. Todo mundo é culpado: o pai, a mãe, a vizinha, a bisavó, o zelador do condomínio, o padeiro, o tio, o primo…menos ele(a). Esteja atento(a) ao discurso vitimista que muitos usam para camuflar a falta de responsabilidade com a própria vida.

Entenda uma coisa: você não tem a responsabilidade nem o poder de salvar ninguém. Você não é centro de reabilitação. Cuidar da sua vida exige muito de você, certo? Nada de querer ser o(a) salvador(a) da pátria de alguém, muito menos de alguém que você nem sabe se fica na sua vida.

Com a intenção de ativar o seu alerta, vou citar dois exemplos de pessoas que meteram os pés pelas mãos ao iniciar um relacionamento.

Caso 1) Um homem, divorciado há alguns anos, conheceu uma mulher bem mais jovem. Com menos de um mês, se empolgou, comprou um carro e transferiu para o nome dela. Ele acreditava que ia dar em casamento. Ele relatou que decidiu presenteá-la após vê-la chegar do trabalho embaixo de chuva, com o filho pequeno que havia passado o dia na creche. No terceiro mês de namoro, a mulher rompeu o relacionamento e voltou para o ex. O homem não se conforma porque sente-se injustiçado após ter se dedicado tanto a ela. Ele queria que ela devolvesse o carro ou pagasse as prestações, ela entendeu que não tem que pagar nem devolver, pois recebeu um presente.

Caso2) Uma mulher conheceu um homem, recém separado. Ele falava horrores da ex. Dizia que foi muito maltratado e humilhado naquele casamento. Estava com muitas dívidas e nome sujo. Em questão de semanas, a mulher fez empréstimo e pagou as dívidas dele. Segundo ela, em seis meses, o homem estava com o nome limpo e com o contracheque inteiro. Não satisfeita, ela renovou o guarda-roupa dele, e o incentivou a voltar a estudar. Quando a vida do homem parecia estar nos eixos, ele pediu um tempo na relação. Duas semanas depois, assumiu um namoro com uma colega de faculdade.

Eu vi, nos dois casos, muita precipitação. Uma ânsia de salvar o outro, para quem sabe, ser reconhecido(a) e amado(a) por isso. Deu certo? Não. Uma coisa é você doar algo a alguém e não espera nada em troca. Outra coisa é fazer na expectativa de receber um reconhecimento à altura. A mulher da história 2 segue pagando as parcelas do empréstimo que fez para salvar um homem das dívidas. O homem da história 1 ficou com o boleto do carro. Vida que segue para todos. Tomara que essas experiências tenham ensinado algo.

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